Soneto à Senhora de Fátima

Pelas encostas do Bairro Alto a subir,
Lisboa geme em fado, dor tão fiel,
Cantigas sobem, mas guardam o fel,
Na sombra eterna que insiste em ferir.
Ó Mãe, estrela de graça a reluzir,
Ergue este pranto aos céus em doce véu,
O Tejo leva mágoas no seu mel,
Corrente escura difícil de florir.

Mas rompe a aurora — tua bênção conduz,
E o peso antigo sobe do mar enfim;
Os sinos choram menos, já em paz.
Por ti, Senhora, o peito ganha luz,
Abençoa esta cidade e o céu sem fim,
E envolve a ferida em ternura eficaz.

Com gratidão, ao Santo Padre Leão XIV.

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